Nada mudou

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Em 2014 publicamos esta matéria onde, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), divulgada pelo IBGE com dados de 2013, 24% dos brasileiros com 18 anos ou mais ainda bebiam e dirigiam, apesar do endurecimento da Lei Seca.

Quatro anos depois, nada mudou.

Agora, segundo dados de outra pesquisa, esta realizada pela Vigitel (Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas) para o Ministério da Saúde em 27 capitais entre fevereiro e dezembro de 2017, o número de adultos que dirige após ingestão de bebida alcoólica aumentou 16% em todo o país entre 2011 e 2017, em comparação aos dados recolhidos pelo IBGE em 2014.

Homens também se arriscam mais que mulheres (11,7% admitem a infração, contra 2,5%), segundo o levantamento. Mas, em relação ao sexo, houve aumento do consumo excessivo apenas entre as mulheres, subindo de 7,8% em 2006 para 12,2% em 2017. Entretanto, se os homens mostraram estabilidade no período, por outro lado eles continuam tendo maior prevalência que as mulheres, com 27,1% em 2017. Para o Ministério da Saúde, entende-se por consumo excessivo de álcool quatro ou mais doses em uma mesma ocasião dentro dos últimos 30 dias (para mulheres) e cinco ou mais doses em uma mesma ocasião dentro dos últimos 30 dias (para homens).

Pessoas com mais escolaridade também têm registrado maior crescimento do consumo: só foi observado aumento entre os adultos com 12 ou mais anos de estudo (22,8%), sendo estável entre os demais.

O consumo abusivo de bebidas alcoólicas cresce em todas as idades, exceto entre os adultos mais jovens (18 a 24 anos), onde há estabilidade de 2006 a 2017. A frequência reduz com a idade, sendo de 27,7% entre os adultos com 25 a 34 anos, 15,8% entre aqueles com 45 a 54 anos e 3,0% entre aqueles com 65 anos e mais.

A capital com menor frequência desse comportamento foi Recife (2,9%), e a maior foi Palmas (16,1%). Com relação ao consumo abusivo de bebidas alcoólicas, a prevalência sofreu alta de 11,5% entre 2006 (15,7%) e 2017 (19,1%).

Os números chamam a atenção porque a lei seca, aprovada há dez anos (junho de 2008), tinha o intuito de coibir o comportamento, mas, no geral, 6,7% da população adulta no Brasil admite a prática de beber antes de dirigir.

 

Fonte: G1