Faz mal sim, amiguinhos(as)

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Em entrevista à revista Glamour, a rapper Karol Conka contou que gosta de fumar maconha, “mas antigamente fumava mais”. E que seu filho Jorge disse que nunca fumará a erva. Karol concluiu, orgulhosa de seu rebento: “Filho de maconheiro não fuma!”.

Raro caso onde o filho tem mais consciência que a mãe, o jovem de 12 anos deve saber que fumar maconha pode até não ter os mesmos efeitos para todo mundo, porém, quando o início do hábito começa na adolescência, é ainda mais prejudicial. E tem mais: de acordo com novas descobertas lideradas por pesquisadores finlandeses da Universidade de Oulu, fumar cannabis apenas cinco vezes na vida, quando o indivíduo ainda é adolescente, aumenta os riscos de desenvolver psicose — desordem mental que faz com que a pessoa perca o contato com a realidade.

Além disso, este mesmo estudo, publicado no The British Journal of Psychiatry, atestou uma série de evidências que mostram que, consequentemente, a cannabis pode até aumentar o risco de suicídio.

Estes resultados estão alinhados com outra pesquisa, desta vez realizada por cientistas da Universidade Estadual de Washington e publicado este mês no Journal of Affective Disorders. Trata-se do primeiro estudo científico a avaliar o impacto do uso da maconha medicinal, com diferentes níveis de tetrahidrocanabinol (THC) e canabidiol (CBD), fora dos laboratórios.

Uma tragada de maconha com altos níveis de CBD e baixo THC apresentou a melhor redução dos sintomas da depressão. Dois tragos de qualquer tipo de maconha foram suficientes para reduzir os sintomas de ansiedade e, para o estresse, o ideal são dez tragadas de cannabis com alto CBD e THC baixo – contrariando, inclusive, a falsa ideia de que quanto mais THC melhor. O estudo mostrou que o CBD é um ingrediente muito importante da cannabis e pode potencializar alguns dos efeitos positivos do THC.

Porém, antes que a galera da legalização saia comemorando, os pesquisadores alertam que existem evidências de que os medicamentos antidepressivos são eficientes no curto prazo, mas o uso prolongado contribui para a piora da depressão. O estudo não avalia o impacto do uso da maconha no longo prazo, mas “a cannabis pode mascarar temporariamente os sintomas, mas não efetivamente promover a melhora no longo prazo”, afirmou Carrie Cuttler, professora de psicologia e líder do estudo.

Diante destes estudos e seus resultados, fica fácil entender porque o filho da rapper é tão consciente. Mas ele não está sozinho: Uma pesquisa inédita do Instituto Paraná mostra que apenas 30,7% dos brasileiros são a favor da legalização da maconha no país, contra 64,6% que são favoráveis. Nem mesmo o plantio da droga é apoiado pela maior parte dos brasileiros. 65,5% não são a favor da legalização dessa modalidade de consumo, contra 30% que acham o fim da proibição razoável.

Engana-se quem pensa que cigarros de maconha têm efeitos terapêuticos. Segundo especialistas, o hábito de fumar a erva, na verdade, pode levar ao câncer e à atrofia cerebral, entre vários outros males. Os benefícios comprovados da maconha se limitam a quatro canabinoides contidos na erva, entre eles os já citados acima canabidiol (CBD) e o THC (do inglês Tetrahydrocannabinol). Com eles, são feitos comprimidos ou líquidos.

Mas, apesar de todas as fake news ‘plantadas’ (perdão pelo trocadilho) pelo lobby da legalização, no que depender de jovens como Jorge e de boa parte da opinião pública, a maconha dificilmente será legalizada no Brasil.

Ouvi um amém, igreja?

 

Fontes: DailyMail, Revista Glamour e O Globo