Porque ‘aqueles dias’ podem ficar piores…

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A medicina já catalogou mais de – pasme! – 150 sintomas que costumam dar as caras no período conhecido como tensão pré-menstrual (TPM) e que atingem até metade das mulheres em idade fértil.

Pois agora, segundo pesquisa da Universidade de Santiago de Compostela, publicada na BMJ Open, mulheres que sofrem com TPM devem ficar atentas também à ingestão de álcool. De acordo com os pesquisadores espanhóis, 11% da chamada síndrome pré-menstrual estão relacionados a exageros no consumo de bebidas alcoólicas.

A equipe conduziu uma meta-análise para chegar à conclusão. O trabalho envolveu a análise de dados de 19 estudos de oito países, somando mais de 47 mil participantes. Bahi Takkouche, autora do artigo, contou que foram verificados “praticamente todos os bancos de dados bibliográficos existentes de estudos médicos e também entramos em contato com autores pessoalmente. Alguns deles nos forneceram dados não publicados”.

Conforme a análise dos dados, o consumo moderado de álcool (o equivalente a uma taça de vinho ou um copo de chope) foi associado ao aumento em 45% do risco de mulheres terem TPM. No caso da ingestão alta (mais de uma taça de vinho ou de um copo de chope ou uma lata de cerveja), o risco subiu para 79%. Os pesquisadores sugerem que uma explicação plausível para esse fenômeno é que o consumo de álcool altera os níveis de hormônios sexuais esteroides e gonadotrofina durante o ciclo menstrual, o que desencadearia a síndrome. Há ainda a possibilidade de as mulheres recorrerem aos drinques para aliviar os sintomas da TPM.

Apesar de o estudo não ter tido a intenção de definir uma relação de causa e efeito, os autores ressaltam a importância dos resultados. “Essas descobertas são importantes, uma vez que a prevalência mundial de álcool entre as mulheres não é negligenciável”, escreveram em comunicado à imprensa. Globalmente, a proporção de mulheres que consomem álcool é estimada em cerca de 30%, com cerca de uma em cada 20 (6%) sendo considerada bebedora pesada.

Os impactos do problema têm proporções volumosas. O custo da TPM nos EUA é estimado em US$ 5.000 por caso a cada ano, com mulheres que provavelmente experimentarão 3.000 dias de sintomas incapacitantes durante a vida reprodutiva, segundo os autores. E aconselham que o problema pode ser amenizado com mudanças no estilo de vida, incluindo prática de atividades físicas e modificação na dieta, assim com a redução do consumo de álcool.

 

Fonte: Correio Braziliense