O Papa e a obsessão por curtidas

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Há pelo menos 4 anos, especialistas já lidam com o novo transtorno mental: a dependência de tecnologia. No futuro, este vício pode levar não somente a problemas de comportamento e de relacionamento como também a alterações cerebrais. Há risco de demência precoce e perda de memória.

O diagnóstico ainda é recente e estudos estão sendo desenvolvidos para aprofundar os métodos de cura, a doença já foi dividida em 3 subtipos: smartphones, games e redes sociais. Nesta última, repetidas curtidas no Facebook podem ser sentidas como picos de bem estar, enquanto sintomas ansiosos e depressivos podem surgir quando não há esse retorno. A dependência gera problemas de sono, no desempenho acadêmico e no convívio social.

Diante deste quadro, não deve ser surpresa descobrir que essa é uma das maiores preocupações de ninguém menos do que o Papa Francisco, com relação aos jovens. Em sua mensagem para a Jornada Mundial da Juventude de 2018, Francisco mostrou seu temor de que isso esteja fazendo com que as pessoas vivam vidas falsas não só por quererem desesperadamente a aprovação dos outros, mas por terem um “profundo medo” de não serem amados pelo que são.

Segundo o pontífice:

Hoje, há muitos jovens que, na tentativa de se adequar a padrões frequentemente artificiais e inatingíveis, têm a sensação de dever ser diferente daquilo que são na realidade. Fazem contínuos ‘photoshops’ das imagens próprias, escondendo-se por trás de máscaras e identidades falsas, até chegarem quase a tornar-se eles mesmos um ‘fake’, um falso. Muitos têm a obsessão de receber o maior número possível de ‘likes’.

Como já vimos aqui, querer aparecer demais é uma estratégia de enfrentamento adotada em busca da aprovação do outro. Não havendo o reconhecimento público, atingindo um grande número de ‘curtidas’ e obtendo uma boa quantidade de ‘comentários’, a pessoa pode desenvolver solidão, baixa autoestima, depressão e fobia social.

Em sua mensagem, o papa ainda deixa uma mensagem para aqueles que passam tempo demais na frente da tela, vivendo através de celulares e PC no lugar de aproveitarem a vida real. “Não deixeis, queridos jovens, que os fulgores da juventude se apaguem na escuridão duma sala fechada, onde a única janela para olhar o mundo seja a do computador e do smartphone”, pediu Francisco.

 

Fonte: Vatican News