Dobrou o número de homens com câncer orofaríngeo

Tempo de leitura: 2 minutos

Chefiado pelo pesquisador Amber D’Souza, um estudo da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg publicado na revista Annals of Oncology analisou o risco de se desenvolver câncer na garganta por conta da infecção por HPV a partir de sexo oral.

O resultado: homens com muitos parceiros de sexo oral têm maiores chances de desenvolver este tipo de câncer – e que ficam ainda maiores se a pessoa for fumante.

Entre homens, a taxa de pessoas que são diagnosticadas com câncer orofaríngeo (da parte central da garganta) é baixo, com apenas 0,7%. Este índice é ainda menor entre as mulheres. Entretanto, a estimativa é que até 2020 este tipo de câncer seja um problema mais comum que o câncer cervical nos EUA. Isso porque o número de homens com este diagnóstico dobrou nos últimos 20 anos naquele país.

A pesquisa analisou 13.089 pessoas entre as idades de 20 e 69 anos, que passaram por exames de HPV. Depois, os cientistas calcularam o risco destas pessoas desenvolverem este tipo de câncer com base nos dados sobre números de casos e número de mortes por esta doença.

“Independente de quantos parceiros de sexo oral elas tinham, a infecção com o causador de câncer HPV era raro em mulheres. Entre homens que não fumam, esse tipo de câncer era raro em quem tinha menos de cinco parceiros de sexo oral”, explicou D’Souza. Porém, os homens com cinco ou mais parceiros de sexo oral têm prevalência de infecção oral de HPV de 7,4%. Já homens que fizeram sexo oral com um ou zero parceiro tinham 1.5% chance de pegar o vírus causador deste câncer. Aqueles com dois a quatro parceiros tinham 4% de risco de ter o vírus.

Um dado que chamou a ainda mais a atenção dos pesquisadores diz respeito ao fumo, pois o hábito de fumar aumentou o risco para todos os homens: os com mais de cinco parceiros passou a ter 15% de risco e os que tinham entre dois e quatro parceiros passou a ter 7,1% de risco.

Como fazer o teste para descobrir se a pessoa tem o vírus não é garantia se ela terá ou não o câncer de garganta no futuro, o mais eficaz é vacinar não apenas as meninas, mas também os meninos contra o HPV no final da infância, antes do primeiro contato sexual deles.

Outro fator benéfico para a saúde de forma geral, como sempre alertamos, é parar de fumar e de beber.

 

Fonte: Annals of Oncology