Cigarro vai matar quase metade dos seus consumidores

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Mostramos aqui dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) que 3 em cada 10 casos de câncer no Brasil estão associados a fatores ambientais, como sedentarismo, obesidade e exposição solar sem proteção. Mas que o número de casos pode ser ainda maior já que o excesso de bebida alcoólica e o tabagismo também surgem na lista.

Mesmo assim, muita gente não acredita nesta relação – notadamente, claro, os próprios fumantes.

Porém, segundo relatório divulgado pela Sociedade Americana para o Câncer, em 2015 (o mais recente ano com dados disponíveis), as mortes decorrentes de câncer caíram para 158.6 por 100 mil pessoas nos Estados Unidos, o que representa 26% menos do que acontecia em 1991, ou cerca de 2.4 milhões de menos mortes neste período.

A maior causa da queda deste índice de mortalidade? Os americanos estão fumando menos.

O documento mostrou que, desde que o número de mortes decorrentes de câncer nos EUA atingiu seu pico em 1991, o índice têm caído mais fortemente entre os homens do que entre as mulheres. As taxas ligadas ao câncer de pulmão caíram 45% entre homens entre 1990 e 2015. Entre as mulheres, o índice caiu 19% entre 2002 e 2015, apontou o documento.

A queda nas taxas de tabagismo, a melhora na detecção do tumor e no tratamento levaram a uma diminuição acentuada nas mortes decorrentes dos cânceres de pulmão, mama, próstata e colorretal, aponta o relatório.

Ainda assim, a FDA, agência americana responsável pelo controle de alimentos e medicamentos, anunciou um plano de ação que tem como objetivo reduzir drasticamente a quantidade de nicotina no produto, chegando a um nível que não vicie.

Além da regulamentação do nível de nicotina, a proposta da agência visa limitar os agentes aromatizantes, como o mentol, que podem tornar os cigarros mais atraentes e aditivos.

Para chegar a essa decisão, a FDA revisou diversos estudos que demonstram o papel da nicotina no vício. Entre os trabalhos analisados, está um publicado no New England Journal of Medicine, também em 2015, que concluiu que fumantes que receberam cigarros com baixo teor de nicotina (entre 0,4 e 2,4 miligramas de nicotina por grama de tabaco) fumaram menos diariamente e eram menos dependentes da substância do que aqueles que utilizam os cigarros comuns (15,8 miligramas  por grama de tabaco). Recentemente, outro estudo desta mesma instituição mostrou que, um ano após a implementação de um produto com baixa nicotina, cerca de 5 milhões de fumantes deixariam o cigarro. A pesquisa também estima que 33 milhões deixariam de se tornar fumantes regulares até o ano de 2100. Isso significa que a taxa de tabagismo cairia dos 15% atuais para 1,4%.

O cigarro, diz o FDA, é o único produto legal que vai matar quase metade dos seus consumidores a longo prazo.

 

Fonte: G1/Bem Estar