As mulheres-bomba-relógio

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Após o neto fazer um apelo, a servidora pública Haydée Meireles, de 54 anos, que fumava 500 cigarros por semana, resolveu parar de fumar. Segundo ela, eram três carteiras por dia durante a semana e aos finais de semana chegava a fumar dez.

O tabagismo, segundo o Ministério da Saúde, é responsável pelo desenvolvimento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), como câncer, doenças pulmonares e cardiovasculares. Ainda de acordo com o órgão, o uso do tabaco continua sendo a principal causa de mortes evitáveis.

A priorização do atendimento de quem deseja parar de fumar nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) pode ser mensurada pela Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo Ministério da Saúde, em parceria com o IBGE. Em 2013, 73,1% das pessoas que tentaram parar de fumar conseguiram tratamento, um aumento importante em relação a 2008, quando o índice era de 58,8%.

Atualmente, das 39.228 equipes de saúde na família, mais de 23 mil em todo o país estão prontas para oferecer o tratamento ao tabagismo em 5.460 municípios. Em 2013 e 2014, o Ministério da Saúde destinou R$ 41 milhões para compra de medicamentos (adesivos, gomas e pastilhas de nicotina e bupropiona) ofertados no tratamento contra o tabagismo.

Fuma-se menos hoje do que há alguns anos, mas uma recente pesquisa trouxe um dado curioso: as mulheres estão fumando mais do que os homens. Em testes feitos na clínica de check-ups Med-Rio, 5% dos homens são viciados em cigarro, enquanto o percentual delas é de 8%. “Além de fumar mais, a mulher está bebendo tanto quanto o homem, tem insônia e dupla jornada de trabalho. Viraram bombas-relógio”, diz o diretor da clínica, Gilberto Ururahy.

Diariamente, milhares de pessoas enfrentam o desafio de abandonar o vício, mas parar de fumar requer uma mudança na vida do fumante. Segundo especialistas, a cada 10 pessoas que tentam parar de fumar sozinhas, sete voltam a fumar e, na segunda tentativa, acabam ficando menos estimuladas.

Há quatro anos, Haydée Meireles parou de fumar e hoje não se imagina mais com o velho hábito. Além dos benefícios à saúde, a servidora pública aliviou também a economia: Ao considerar que um maço de cigarro fabricado no Brasil na época em que ela fumava custava em média R$ 5, e que seu consumo diário era de três maços de cigarro e que, ainda, nos finais de semana eram dez, no fim do mês o gasto era de em média R$ 100, então em um ano, Haydée chegou a gastar R$ 6 mil com cigarros.

 

Fonte: G1